A eleição deste domingo dá um desfecho a uma longa campanha comandada pelo governo brasileiro, para emplacar um nome no comando da organização. Graziano, que foi coordenador do extinto programa Fome Zero, teve sua candidatura articulada pessoalmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidenta Dilma Rousseff.
O brasileiro dedicou-se desde a década de 70 a questões relacionadas ao desenvolvimento rural e à luta contra a fome. Já à frente do Fome Zero, ele assumiu em 2003 o posto de ministro extraordinário para a Segurança Alimentar e Luta contra a Fome no início do governo Lula. Em março de 2006, foi nomeado representante regional da FAO para a América Latina e Caribe e subdiretor-general da organização.
Na prática, o endosso de Lula a Graziano permitiu que o próprio ex-presidente resistisse às pressões para se lançar candidato ao comando da FAO. Lula chegou a escrever artigos na imprensa internacional em defesa de seu ex-ministro. Em um texto publicado no jornal britânico The Guardian, por exemplo, o ex-presidente afirmou que a indicação reafirmaria o compromisso brasileiro com uma política internacional de combate à fome.
A votação que elegeu o brasileiro teve início pouco depois das 11 horas no horário local (6 horas de Brasília). Na primeira rodada, Graziano levou cinco votos de vantagem sobre o espanhol, obtendo 77 votos contra os 72 de Moratinos.
Nesta etapa ainda havia outros candidatos: o indonésio Indroyono Soesilo, que teve 12 votos, Franz Fischler, da Áustria, com 10 votos, o iraquiano Abdul Latif Rashid, com seis votos, e o iraniano Mohammad Saeid Noori, com dois votos.
Conforme as regras da votação, ocorrem sucessivas rodadas até que um candidato alcance a maioria absoluta de 90 votos. Ao mesmo tempo, os aspirantes menos votados deixam a disputa. Dessa forma, os representantes da Indonésia, Iraque, Áustria e do Irã retiraram suas candidaturas.
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